09 março 2016

Lula afirma que não precisa de cargo de ministro, diz RenanA versão Lula-ministro é estimulada pelo PT e encarada como uma forma instantânea de garantir foro ao ex-presidente, que é investigado na Operação Lava Jato

Alvo de mandados de busca e apreensão e forçado a depor à Polícia Federal sobre benesses recebidas de empreiteiras investigadas no petrolão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva relatou nesta quarta-feira a senadores da base aliada que não pretende se tornar ministro do governo Dilma Rousseff. A estratégia, estimulada por petistas e parlamentares da base aliada, serviria para que ele tivesse foro privilegiado e, só podendo ser processado no Supremo Tribunal Federal (STF), conseguisse se livrar da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba e do juiz federal Sergio Moro.
"Ele fez questão de dizer que não teve convite [para ser ministro] e que não cogita. Ele disse que para ajudar o Brasil não precisa ter cargo para exercer ou ocupar cargo de ministro. Ele pode fazer de qualquer maneira", afirmou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que reuniu senadores aliados e o próprio Lula em um café da manhã em Brasília.
No encontro, segundo o relato dos presentes, Lula ouviu apelos para que substituísse Nelson Barbosa no Ministério da Fazenda ou que encampasse a articulação direta do Palácio do Planalto com o Congresso, onde a base governista está esfacelada e tem dificuldades em aprovar projetos de interesse do Executivo. A versão Lula-ministro é estimulada pelo PT e encarada como uma forma instantânea de garantir foro ao ex-presidente, que é investigado na Operação Lava Jato por suspeitas de ter recebido vantagens indevidas de empreiteiras enroladas com o petrolão.

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