Mandato Único de Oito Anos: Proposta Alinha Senador e Deputado Federal

Por GODEIRO LINHARES 

Imagem: Reprodução

Hoje, vivemos sob um sistema que permite a permanência quase ilimitada de parlamentares no Congresso Nacional. Deputados federais podem se reeleger indefinidamente a cada quatro anos, enquanto senadores têm mandatos de oito anos com possibilidade de recondução sucessiva. Esse modelo, embora legal, acaba criando um ambiente onde a prioridade de muitos parlamentares deixa de ser o bem público e passa a ser a manutenção no poder.

É nesse contexto que proponho uma mudança profunda e necessária: a adoção de um mandato único de oito anos para senadores e deputados federais, sem possibilidade de reeleição consecutiva. Trata-se de uma proposta que tem o potencial de revolucionar a política brasileira, fortalecendo a democracia e garantindo uma renovação mais constante e efetiva de nossos representantes.

Por que um único mandato de oito anos?

Oito anos é um período suficiente para que um parlamentar do Legislativo Federal possa desenvolver, amadurecer e acompanhar projetos importantes para o país, sem a constante preocupação com a próxima eleição. Atualmente, muitos deputados passam ao menos metade do mandato voltados para a própria sobrevivência política, investindo tempo e recursos em estratégias eleitorais, muitas vezes baseadas em interesses imediatistas e alianças frágeis.

Esse cenário compromete a qualidade da atuação parlamentar e desvirtua a essência do cargo, que deveria estar focado em fiscalizar o Executivo, legislar com responsabilidade e propor políticas públicas com impacto duradouro. Com um mandato único, o parlamentar teria mais autonomia e liberdade para tomar decisões baseadas no interesse coletivo, e não em cálculos eleitorais.

Mais renovação, mais representatividade

A proposta também contribui significativamente para o fortalecimento da democracia ao incentivar a renovação política de forma mais sistemática. A cada ciclo eleitoral, novas lideranças poderiam emergir, trazendo mais pluralidade, diversidade de ideias e conexão com diferentes realidades do país.

Hoje, uma das grandes distorções do sistema é justamente a dificuldade de entrada de novos nomes na política, barrados por estruturas de poder consolidadas que, com o tempo, se tornam quase intransponíveis. Um mandato único impediria que a função pública fosse tratada como carreira pessoal, e devolveria ao eleitor a possibilidade real de mudança a cada nova eleição.

As possibilidades dessa mudança

Tenho convicção de que essa proposta poderá contar com amplo apoio da sociedade, que há tempos clama por uma política mais ética, transparente e comprometida com o bem comum. Também acredito que parte significativa da classe política pode compreender a importância dessa mudança, caso esteja disposta a abrir mão de privilégios em nome de um sistema mais justo e equilibrado.

O Brasil vive um momento único. É hora de encarar os desafios com coragem e responsabilidade, propondo reformas que vão além do discurso e toquem nas estruturas que sustentam o atual modelo. Se queremos um Congresso forte, moderno e verdadeiramente representativo, precisamos repensar a forma como ele é constituído.

Mudar o tempo e o formato do mandato parlamentar é um passo decisivo nessa direção. A política precisa voltar a ser um espaço de missão, não de carreira. Um compromisso temporário com a sociedade, e não uma profissão vitalícia.

📌Lembre-se: higienize as mãos sempre que necessário com água e sabão ou álcool em gel